Março. Aula. Escola. Espero que toda a energia e criatividade destas crianças urbanas e super informadas sejam utilizadas da melhor forma pela escola. Os últimos dias da Colônia foram marcados pelas lojinhas.
Nos encontros com a Anise onde inicialmente eram feitos colares, anéis, pulseiras de miçanga, que eram usados por eles ou presenteavam as mães, surgiu a idéia com o Saulo e o Lucas. Fazer uma lojinha para vender a produção. A Débora e a Danny fizeram sociedade com o Lucas e o Felipe com o Saulo.
Primeiro a produção era a preocupação principal, queriam fazer muitas peças. Depois todos queriam participar de alguma forma. Criaram cooperativas de produção, a apresentação das peças, a "vitrine", a organização do território escolhido. Isso tudo em uma sala de 60m², 40 crianças, todas as tardes das duas últimas semanas de fevereiro.
Os pequenos cuidavam da loja quando um dos grandes precisava sair, alguns que no início parecia não dar muita importância para a movimentação apareceram com as tecnologias de apoio para as vendas: calculadora, caixa para dinheiro, cartão impresso com telefone para encomendas.
No último dia teve queixa dos meninos, as meninas estavam comprando a produção deles e revendendo mais caro, eles acharam injusto porque elas estavam fazendo outras regras para a venda. Até aquele dia eles faziam a concorrência oferendo preços mais baixos.
As propagandas escritas em cartões nas paredes e propagandas ao vivo na hora da roda, os mais tímidos revelando possibilidades ainda não demonstradas anteriormente.
Eu, como sempre, observando e interferindo minimamente. Penso na riqueza destes momentos para desenvolver conteúdos numa sala de aula, no quanto eles já sabiam antes de iniciar a brincadeira das lojinhas e no quanto que foi exigido de cada um para esta atividade.
Quero dividir com os pais e com as escolas estas infinitas possibilidades contidas em uma brincadeira.
Bom retorno e até o inverno!
Um comentário:
interferindo "minimamente" é?
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